foram quatro...quatro dias integralmente meus...quatro mágicos blocos de 24h em que foi acordado o desejo por pelo menos outros quatro, e mais quatro vezes quatro, elevados à quarta potência, e prontamente estendidos por mais quatro meses, anos, décadas...despertei com vontade de permanecer no quarto...de manter a rotina tão rapidamente adaptada...de acordar quando o sono foi dormir...de mais um café-da-manhã de hilton...de ter bem mais do que os sagrados e imprescindíveis dez minutos com você...de não ser obrigada a levantar para ir ao encontro do que já está esgotado, do que não me faz mais crescer ou aprender, do que apenas sufoca, ofusca e não tem mais brilho ou encanto...sai quarto a fora incrédula de que para permanecer ali fora necessário o nocaute de um vírus que para mim é sinônimo de esgotamento...que a burocracia do relógio estava ativa novamente...que cumprir horário era imperativo...que ainda não é possível trabalhar em casa, de pijama, cabelos despeinados e pés no chão, acompanhada de um cinzeiro, um maço de cigarros amaçado, com o frodo ronronando ao lado, ganhando beijinhos na nuca de vez enquando e com copos de recheios variados sobre a mesa...por quatro quartos das 24 pensei que os quatro ainda são possíveis...
quatro é o desejo de ser, de estar e permanecer...
é a proporção correta, a solidez...
é o ciclo completo das estações...
as direções do espaço...
os traços do quadrado...
a organização racional do espaço...
é o meu mundo perfeito...